09 março, 2015

Conto Brincando de Seduzir: Capitulo 2 - OS MISTÉRIOS DA SEDUÇÃO

Inacreditavelmente ela aceitou e por causa do nosso pequeno acordo mantivemos contato para falar sobre o livro e sobre a leitura, sem spoilers, é claro. Mas não era só isso. Conversamos também sobre nós, individualmente, como somos, do que gostamos... E foi assim que eu descobri como ela não percebe o quanto é... interessante e adora desafios. Este ultimo me deu a brilhante ideia de desafiá-la a algo que a fizesse perceber tudo aquilo que ela não conseguia.
           Entenda, eu adoro desafios. Dizem que eu sou uma pessoa muito competitiva, mas não é bem assim. Desafios, para mim, servem para nos libertar da nossa zona de conforto. Então digamos que eu te desafie a fazer algo que você nunca fez, você sairia da sua zona de conforto? Provavelmente você diria: depende do desafio. Já eu digo: depende do que eu vou ganhar. Se o que eu ganhar a liberdade de sair da minha zona de conforto sem me prejudicar, let’s go. Então eu a desafiei a me seduzir, porque ela dizia que não era sedutora, mesmo tendo quase todas as armas para isso. Não gostava do próprio corpo e se achava feia. Ou ela tinha algum problema de auto-estima ou eu tinha algum problema com o conceito de beleza. Optei pela primeira opção. Toda mulher é sedutora por natureza. Eu queria que ela pudesse ver o quanto ela poderia ser sexy para alguém, sem maldade, só queria ajudar. O problema é que deu certo. Deu certo até demais.
           Ah, mas qualquer mulher pode te mostrar os peitos e balançar na sua frente e pronto. Seduziu. Não. Isso não é sedução. Isso é chamariz para sexo no seu sentido mais... cru, por assim dizer. Para mim é diferente. A sedução é um pouco mais complexa que isso. Não tem muito a ver com corpo definido, peitos enormes e um bom rebolado. Tem mais a ver com charme, um toque de inocência no que faz, gestos, palavras, até um olhar diferente. São coisas que conscientemente não notamos, mas estão lá e estão te fazendo "pirar o cabeção".  O jeito dela me cativou, até chegar ao ponto de passar pela minha guarda e me seduzir. Eu não esperava que ela fosse levar tão a sério isso. Quem chega para você e diz: me seduza e você vai lá e faz? Não é normal, sabe. Eu não queria me envolver nesse sentido, mas aconteceu, paciência. Agora eu só queria aproveitar, afinal, só se vive uma vez.
Quando lancei o desafio esperei que ela de imediato reagisse tentando me seduzir, mas ela nem sequer disse se aceitava ou não. Só que depois daquele dia as coisas começaram a mudar. As conversas deixaram de ser só por bate-papo e incluímos algumas com vídeo também. Você já deve estar pensando que ela vestia uma roupa provocante ou fazia algo como colocar o dedo na boca e tal. Até eu pensei nisso. Eu queria isso. Só que não. Ela aparecia normal e sem fazer questão de alguma arrumação especial. Sorria com gosto e as vezes me prendia no seu olhar de um jeito que me fazia engolir seco. Era como se ela estivesse me vendo por dentro e em troca ela também se deixava mostrar.
Ela, bastante inquieta, em cada vez que conversávamos estava de uma maneira. As vezes deitada com a cabeça sobre os braços, outras com a cabeça apoia em uma das mãos. As vezes sentada com as pernas em posição de yoga. Tudo muito natural. Criava a sensação de familiaridade. Até então eu estava achando que ela não tinha aceitado. Que não estava tentando me seduzir. Isso abaixou minha guarda e fui pego desprevenido.

A conversa mais tensa para mim foi a de quando uma alça de sua blusa deslizou preguiçosamente no seu ombro direito. Parei de falar. De pensar. Minha atenção estava voltada para aquele lugar em sua pele que de repente me pareceu tão irresistível e hipnótico. Ela olhou lentamente para a alça. Seu braço esquerdo acariciou levemente o seu braço direito para que sua mão levantasse a alça e voltou seu olhar para mim quando fazia isso. Aquilo quase me causou uma parada cardíaca. Game over para mim.




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